Nosso quarto dia como de hábito começou bem cedo, às 6h da manhã. Malas prontas e check out efetuado deixando as malas no bagageiro do hotel. O café da manhã no hotel Mossone (hotel que nos hospedamos em Huacachina) ficou bem a desejar. Sabe quando você não tem o que comentar? Foi como tomar café da manhã em casa – não foi pior… quem me conhece sabe que um copo de leite com nescau me deixa feliz. Não tinha leite com nescau. Não tinha suco. Só tinha pão de forma, manteiga, café. Voltando ao tema leite com nescau, quem tem criança sabe que isso é uma coisa relativamente importante de saber se há ou não. Eu encontrei achocolatado em caixinha apenas em um mercado de Cusco (nas outras cidades não achei!). Sempre encontrava de morango, de banana, mas o chocolatinho foi bem difícil!
Às 7 horas estávamos prontas esperando a van que nos levaria a Paracas e Islas Ballestas. No dia anterior passamos um calor danado em Ica. Para este passeio sabia que estaria um pouco mais frio, mas vou te falar… de manhã estava muitoo frrrrrrio!! A sorte que preparei uma mochila tipo “cebola”. Stephanie estava de vestido, mas eu havia colocado uma calça legging, uma blusa extra e um casaco na mochila. Antes da van chegar, Stephanie já havia incorporado as roupas que levamos. Até a canga virou cachecol!
A van chegou um pouco depois do que eu esperava e às 07:30 estávamos acomodadas, buscando as últimas pessoas que iriam conosco a este passeio. A viagem de Ica a Paracas leva 1h e às 9h estávamos no porto de Paracas para pegarmos a embarcação que nos levaria até as Islas Ballestas.
Chegando lá tinha realmente muita gente e muitos barcos também. Próximo ao estacionamento há uma lanchonete sem opções rápidas de comida (basicamente só sanduíche quente), e não tínhamos muito tempo para esperar. Em menos de 5 minutos já estávamos no barco. O barco era relativamente grande, cabia mais ou menos umas 40 pessoas. Todos estávamos com colete salva vidas e havia um guia bilíngue (inglês/espanhol) falando sobre o passeio.
Não passou 2 minutos e todos avistaram um golfinho (todos menos eu!!!!). Pararam o barco e nada de eu ver o bendito golfinho. Quando eu olhava para um lado ele aparecia do outro e foi assim até eu desistir dele.
O primeiro ponto que vimos foi “El Candelabro”. O candelabro é um geoglifo famoso, assim como as linhas de Nasca e calcula-se que exista há 2.500 anos. Explicando claramente ele é um desenho de um candelabro feito na areia que não se desfaz e por isso é um mistério. Num local que há tanto vento, como não se desfaz? Uma explicação razoavelmente sensata que o guia nos deu é porque a direção do vento não vai de encontro a ele. Mas mesmo assim, são 2.500 anos sem se apagar , realmente é um mistério.
Vendo “El Candelabro” eu decidi que não iria a Nasca. Achei interessante, intrigante o fenômeno. Mas não achei que valeria USD 300. Acho que o sonho não tem preço. Mas não era meu sonho conhecer. Não estava muito segura em embarcar naqueles aviões (talvez por eu trabalhar em uma empresa de táxi aéreo). Naquele momento, olhei para o candelabro e pensei: não vou a Nasca.
Poucos minutos depois chegamos finalmente as Islas Ballestas. O lugar é lindo. Você estar no habitat natural dos leões marinhos (ou lobos marinhos???) é uma coisa incrível! E a quantidade de aves? São milhares de aves. Nestas ilhas são produzidos adubos naturais das fezes das aves – e por um bom tempo este foi o principal produto produzido na no Peru. Acho que vocês poderão ter ideia da quantidade de aves e adubo produzido. Este adubo se chama guano.
As formações rochosas e os animais são vistas belíssimas, a cada segundo você fica maravilhado. Não sei se por sorte ou azar encontramos 1 pinguim. Só um pinguinzinho.
Uma dica para este passeio é sentar-se a direita. A ilha encontra-se deste lado, por isso a melhor vista (o golfinho que eu não vi estava a esquerda).
Ao fim do passeio desembarcamos no porto, nos encontramos com o rapaz da agência de passeios e ele anunciou que teríamos 30 minutos para andar naquela região.
Ao redor do porto há muitas barraquinhas de artesanato, mas o que eu mais recomendo é a trufa de chocolate recheada com pecana. Pecana é um tipo de nozes e em relação a este doce posso dizer que vale muito a pena! As moças que vendem chocolate oferecem uma amostra grátis para experimentar a trufa de pecana. Elas vendem caixas com 5 trufas de pecana ou trufas sortidas (passas/figo/pecana/…). Uma outra coisa que vale a pena são pulseirinhas artesanais. Eu comprei uma pulseirinha pra Stephanie no Mercado Inka por PEN 10 que lá era vendida por PEN 2. Olha a diferença!
Saindo do Porto fomos em direção a Reserva Nacional de Paracas. Não sabíamos se poderíamos entrar pois as condições meteorológicas fecham o parque. O grande problema do parque é a velocidade do vento e a partir de um certo limite a reserva é fechada, mas tivemos sorte e entramos. Já eram por volta de 11:30 e já estávamos com calor novamente (Stephanie se desfez de suas camadas de roupa/cebola e já estava só de vestido).


A reserva por sua vez não teve tanta sorte e no último grande terremoto (2007) foi parcialmente devastada. O museu que lá funcionava está em reconstrução e a formação rochosa chamada de Catedral foi totalmente destruída. Apesar disso a reserva tem paisagens belíssimas e é o habitat natural de flamingos.

Na reserva há várias praias (alguns turistas se banham) e restaurantes aonde você come peixe fresquinho.
Ganhamos de brinde do restaurante um pisco e um leche de tigre para Stephanie. O leche de tigre é uma bebida feita de ingredientes para temperar o peixe e confesso que Stephanie só cheirou – risos (eu também não tive coragem). Para quem quiser saber a receita desta iguaria (por que não?) pesquisei na internet e achei no site abaixo:
http://www.culturaperuana.com.br/leche-de-tigre/
Stephanie tomando(cheirando) leite de tigre e comendo milho de pipoca frito regado a Inka Cola
E são com as imagens abaixo que nos despedimos da Reserva Nacional de Paracas rumo a Ica novamente.
Voltando um pouquinho no tempo, na noite anterior resolvi um pequeno probleminha básico: fazer reserva de hotel para este dia que estava chegando ao fim. Bem, como eu disse no post de Huacachina, eu só consegui reserva próximo a lagoa para uma noite e não sabia exatamente o que ia fazer… se tentava reservar algo em Paracas, se iria para Nasca ou ficava em Ica… Entrei rapidamente no app Hoteis.com e reservei o Gran Hotel Ica para 1 noite.
Eu não sei o que falar sobre este hotel… se eu gostei? A resposta é não. Ele apresentou alguns pontos bem críticos. O prédio onde ele se encontra possui outras empresas, mas isso nem é de fato um problema visto que para ir aos andares do hotel, você precisa passar o cartão magnético no elevador. Porém para você chegar a esse elevador você precisa subir uns degraus… muitos para quem está com uma mala… uma eternidade para quem está com 3 malas, 1 mochila e 1 criança (eram por volta de 15 degraus). O segundo ponto que pecou foi que a água não esquentava o suficiente para o banho que eu estava sonhando. E o terceiro ponto foi o café da manhã que não estava disponível às 7h. Porém tenho que ressaltar que ele fica numa via principal, a duas quadras do shopping Plaza del Sol, que foi onde eu e Stephanie fomos comer a noite. Antes de ir ao shopping, fomos à agência e compramos passagem para voltar a Lima. Não queria ir muito cedo para poder descansar, mas como o ônibus de 10h só tinha lugar no segundo andar, compramos passagens para 7:30h. O valor da passagem foi mais barato que a ida (PEN 60), mas no dia seguinte descobri que o conforto não era o mesmo.
O destaque da noite foi o moto táxi triciclo de Ica que eu e Stephanie chamamos de Tuk Tuk. Manu não sabe de onde tiramos isso! rs – afinal o nome é triciclo – eu acho que uma vez eu vi um veículo semelhante na Índia e o nome era tuk tuk.

E mais um dia terminou nessa nossa missão de desbravar o Peru ❤