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México – Casa Azul – Frida Khalo – 17.09.14


Antes de voltar ao Rio de Janeiro, como uma pessoa diferente, que havia superado vários obstáculos, fiz uma conexão longa na Cidade do México. Era minha segunda vez na cidade, em minha primeira ida ao México havia conhecido a cidade.

Oscar foi me buscar no aeroporto para me levar a um lugar que não consegui entrar na minha primeira vez porque a fila estava enorme e  eu estava com a agenda cheia: Casa Azul – Museu Frida Khalo. Tive muita sorte de só ter conhecido a Casa Azul por dentro nesta visita. A primeira dica que eu posso dar é que antes de ir ao Museu, veja o filme Frida, com Salma Hayek no papel de Frida. Conhecer a história dela é fundamental para entender e curtir a Casa Azul.

Magdalena Carmen Frida Kahlo y Calderon foi uma das personagens mais marcantes da história do México. Ela como ficou conhecida, teve uma vida de superações e sofrimentos que refletidos em sua obra a tornara m uma das maiores pintoras do século. Frida sempre foi apaixonada pela cultura de seu país e adorava tudo que remetesse às tradições mexicanas, o que evidenciava em sua maneira de se vestir. Sua obra mostrava sobretudo auto-retratos, que mostrava sua impossibilidade de ter filhos.Sua primeira tragédia aconteceu quando ela tinha seis anos:a poliomelite a deixou de cama por vários dias e como seqüela  Frida ficou com um dos pés atrofiado e uma perna mais fina que a outra. Aos 18 anos mais um fato trágico  ocorreu em sua vida: um grave acidente de ônibus a deixou a beira da morte. Uma barra de ferro pelo perfurou seu abdômen, causando múltiplas fraturas, inclusive na  coluna vertebral fez com que ela passasse por 35 cirurgias. Além disso, seu amor por Diego Rivera foi mais uma dor que ela teve que suportar. Através da pintura e a poesia, ela expôs sua dor ao mundo.

A Casa Azul fica localizada em Coyocan, um pouco longe do centro do DF (Distrito Federal – Cidade do México). Desta vez o Oscar me levou de carro, mas a primeira vez que fui ao DF, peguei o ônibus turístico – há uma parada próxima a Casa Azul.

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Desta vez por ser uma conexão  longa não me hospedei, mas em minha outra viagem ao México me hospedei na chamada Zona Rosa (dizem que é de público GLS, havia boates, mas nada que me chamasse atenção negativamente). Como fui a várias cidades do México, acabei me hospedando em 2 hotéis diferentes, pois fiquei na cidade dois finais de semana para poder me encontrar  com 2 amigos: Room Mate Valentina e Royal Reforma – gente nem lembrava, mas os 2 eram na mesma rua! Acho que foi uma questão de disponibilidade e preço. Fiz as reservas pela Decolar.com.

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Distância de Carro do hotel que me hospedei até a Casa Azul – No ônibus turístico levou mais ou menos 1 hora e meia!

O ingresso para entrar no museu custa MEX 120 durante a semana e  MEX 140 final de semana e aceitam cartão de crédito. Porém para se tirar fotos existe uma taxa de MEX 60. O museu não abre as segundas e encerra o expediente as 17:45. Há uma lojinha de souvenier do museu que dá  vontade de comprar tudo!! Para mais informações, acessem Museu Frida Khalo.

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Cozinha da Frida
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No anexo a Casa Azul, há uma ala  com as roupas de Frida que tinham um toque cultural mexicano

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Jardim Frida Khalo

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México – Puebla – 16.09.14


Acordei no dia seguinte livre da enxaqueca. Oscar buscou vários remédios para me ajudar e a missão foi cumprida com sucesso. Perdi a véspera da festa da independência do México: as pessoas aguardam meia noite para comemorar, como se fosse véspera de ano novo. A sensação que eu tive é que o povo mexicano é mais conectado com essas festas do que nós brasileiros. O presidente do México vai ao Zocalo, localizado na Cidade do México (conto mais sobre este local no post de minha viagem ao México em 2013), e faz um discurso a nação. Eu passei a independência em Puebla -Heroica Puebla de Zaragoza, cidade fundada em 1531 por espanhóis, a quarta maior cidade do país.

Basicamente meu dia em Puebla foi dividido nas seguintes atividades:

  1. desfile cívico
  2. catedral de Puebla
  3. comer, comer, comer: os sabores do México
  4. banho de temazcal

Meu dia começou em um restaurante simpático onde tomei café da manhã. Infelizmente não consigo lembrar o nome do restaurante e localização, mas amei a decoração, bem cultural mexicana.

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O desfile cívico me pareceu uma mistura de desfile da independência com teatro (no sentido que tinha muita encenação) , muita gente nas ruas, militares, desfile de escolares, cultura…

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Depois do desfile fui a catedral de Puebla, a basílica de Puebla. Ela fica em frente ao Zocalo (entendo como Zocalo toda praça importante – já havia citado o Zocalo da Cidade do México, onde o presidente fez o discurso da independência, me hospedei em Veracruz em frente ao Zocalo,…). Esta catedral foi construída entre os séculos XVI e XVII e é declarado como patrimônio da humanidade.É um dos museus mais importantes de arte novohispanico. É rica de obras de artes, esculturas, carpintaria de qualidade artística, tesouros de ouro, prata e diamantes. Quando entrei na catedral, tudo que eu via era muita riqueza. E  olha que já fui em igrejas belíssimas.

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Catedral de Puebla

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Puebla é conhecida como a cidade dos doces. Saí da basílica e fui conhecer os doces poblanos. Acho que a maioria dos doces tem no Brasil. Sabe aqueles doces que achamos que só tem aqui? Então, tem lá também e eles acham que só tem lá. Engraçado né? Confesso que nesta viagem comprei uma mala só para trazer comidas e por isso meu próximo post será sobre os sabores do México (coisas que experimentei em 2013 e 2014). Tem brigadeiro, pé de moleque, doce de batata doce, doce de abóbora, … os meus preferidos são os que eu considero verdadeiramente locais como cajeta (doce de leite de cabra), que tem as versões cajeta quemada e cajeta envinada (com vinho), oblea: que é uma massa branca fininha… parece uma  hóstia recheada com cajeta… muito bom!

O almoço em Puebla foi o mais mexicano possível. Estávamos no mês gastronômico e comi un Chile a Nogada e sorvete de lavanda – sim vocês entenderam certo sorvete de florrrr. O post Sabores do México vai explorar um pouco mais esta experiência única!

Uma das coisas que eu queria ter feito no México Verde mas não tive tempo para fazer foi tomar banho de Temazcal. O banho de temazcal é um banho difundido entre as culturas pré hispânicas da Mesoamérica. A origem do nome temazo: vapor casa, casa de banho e calli: casa. Por milhares de anos, muito antes da chegada dos espanhóis, os povos indígenas da América Central já tinham desenvolvido uma civilização altamente avançada, métodos de saúde foram baseados na utilização de elementos naturais. Higiene e limpeza eram uma parte de seu sistema. O temazcal foi usado para as mulheres antes, durante e após o parto, para tratar várias doenças da população e para a limpeza e bem-estar geral, e este banho com ervas faz parte da vida tradicional e ritual.

Tradicionalmente, o banheiro é feito de pedra, com uma estrutura circular, como um iglu ou pode ser quadrada. Elas também são feitas com estruturas temporárias feitas de galhos e folhas, peles ou cobertores e outros materiais, na etnia do norte do México foi moldada como “tipi”, o Temazcal é uma pequena estrutura fechada, onde você entra as pedras porosas, previamente aquecida, derrama uma infusão de ervas, causando vapor medicinal e, dentro deste útero da mãe terra, a alquimia dos cinco elementos, eles desenvolvem e trabalham a terra representada pelas pedras e os nossos corpo físico, água, através da infusão de ervas e nosso suor, pelo calor do fogo, o nosso coração e espírito, o vento e o cheiro da respiração e o ativador de todos estes elementos .

Agora que vocês já sabem um pouquinho da teoria do banho de temazcal, eu procurei na internet e descobri que vários hotéis em Puebla, ofereciam este banho. Geralmente tem que se marcar este banho com mais de 24h de antecedência para que a terapeuta se prepare para ofertá-lo, tem várias coisas que a pessoa não pode fazer de véspera, mas tive sorte de conseguir  uma pessoa disponível para me dar o banho.

Fiz o banho no hotel Casona San Antonio. Você pode tomar o banho de roupa de praia ou nu. Fui para um pequeno iglu feito de pedra e sob várias rezas, suei muito. A temperatura é muito muito quente, cerca de 50C eu acho. A mulher que fez meu banho evocou as forças da natureza, pediu para eu esquecer tudo o que eu conhecia para me transportar ao ventre, a  terra mãe e perdoar tudo e todos que causam sofrimento. Foram momentos de perdões e agradecimentos por todas as bençãos que recebi. Lembro-me que ela pediu para pensar em alguns animais e cada um significava parte de minha personalidade em alguma situação da minha vida. Em diversos momentos ela pegava ervas e jogava em mim. Certamente saí de lá mais leve. Seria difícil descrever aqui tudo o que senti.

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Banho de Temazcal

Depois do banho, fui para rodoviária pegar um ônibus para Veracruz e o Oscar voltou de carro para DF Cdd Mexico. Meu voo era na próxima manhã, com conexão na Cidade do México –  tinha o dia para disfrutar o que não tive tempo de fazer em minha primeira ida a esta cidade: a Casa Azul! ❤

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México – Orizaba, Tlachichuca – 15.09.14


Cheguei em Orizaba mais de meia noite. Havia reservado uma diária no hotel Holiday Inn que ficava menos de 5 minutos da rodoviária. Naquela noite eu não dormi, eu capotei!

Antes das 7h da manhã o Oscar estava no hotel. A recepção me acordou para avisar que ele havia chegado. Me arrumei super rápido e fui encontrá-lo. O café da manhã não havia sido servido ainda e tínhamos uma viagem até o início de nossa aventura: o Pico do Orizaba.

O vulcão Pico do Orizaba ou Citlaltepetl (que significa estrela da montanha) é a montanha mais alta do México e a terceira maior da América do Norte. Ele também é o terceiro vulcão mais alto do hemisfério ocidental porém encontra-se inativo (o que não significa extinto – sua última erupção foi em 1687). O Pico do Orizaba possui 5.610m de altitude e está localizado na fronteira dos estados de Veracruz e Puebla. Existe mais de um caminho para se percorrer até o topo e eu escolhi o que se inicia por Tlachichuca. Quem nos ajudou a fazer esse passeio foi a empresa Servimont – http://www.servimont.com.mx/en/ – mais precisamente Gerardo Reyes – que me orientou sobre tudo quando estava ainda no Rio de Janeiro, indicando ir a montanha por Tlachichuca por ser o lado mais bonito da subida.

Na viagem entre Orizaba e Tlachichuca podíamos ver paisagens lindas tendo como pano de fundo o Pico do Orizaba e seu cume nevado.

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Chegamos no vilarejo de Tlachichuca e não tivemos dificuldade em encontrar a Servimont. Ela funciona numa antiga fábrica de sabonetes e é uma volta ao passado ver as antigas máquinas que ali se encontram.

Ganhamos lanches do Gerardo e já me antecipando um pouco fiquei super triste de não ter comido com ele na volta do passeio. Mas depois eu explico porquê.

Depois de comprarmos mais água para estarmos totalmente abastecidos, pegamos uma jardineira 4 x 4 que nos deixou aos pés da montanha. Quem dirigiu o carro foi o filho do Gerardo e um guia nos acompanhou na primeira etapa desta aventura (fato que nos deu mais assunto foi que a filha do Gerardo fez intercâmbio na Puc-RJ! O mundo é super pequeno né!).

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Início da Caminhada

Adrenalina me deixou morrendo de calor apesar da baixa temperatura

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Morta com a altitude

Altitude pesava de todos os lados. Primeira coisa que eu pensei: “Meu Deus não vou conseguir caminhar nem  minutos! Vim até aqui a toa!”

Mas de repente veio uma força dentro de mim, que eu sequer sabia que existia.

Neste pico aprendi a ter perseverança, a ir sempre um pouco mais, mas principalmente saber que quando o ar lhe falta, respire fundo. Então quando a paciência nos falta, a falta de vontade ou qualquer outra coisa, respire fundo quantas vezes forem necessárias até seu corpo se reacostumar a essa nova situação. Tenha certeza que ele vai reacostumar e você vai conseguir! Somos seres adaptáveis. Só temos que dar tempo ao tempo! Para vocês terem uma ideia comparativa, o maior pico do Brasil é o Pico da Neblina com 2.993m. Não cheguei ao topo do Orizaba, mas cheguei a 4.000m!

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Eu lembro que em um determinado momento o guia me falou: Bianca vamos voltar já está bom – mas eu não conseguia ver o pico ainda… Descansava um pouco e depois avançava. Num determinado ponto pude ver o pico e fiquei deslumbrada. Tinha um morrinho logo a frente que se conseguíssemos ultrapassar, a vista melhoria a beça. Esse morrinho foi meu topo do Orizaba. Sabe aqueles 300m que parece a vida? Foi assim até alcançá-lo.

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Meu Pico

O pior foi a volta. Oscar pensou que eu não ia conseguir voltar e já estava arquitetando como me carregar. Na verdade eu andei no automático. Não conseguia parar, dava tremedeira nas pernas. Quando finalmente chegamos a base senti uma dor de cabeça insuportável, provavelmente devido a escassez de oxigênio.

Fiquei chateada porque o Gerardo havia preparado algumas guloseimas, mas com minha dor de cabeça insuportável tudo o que eu queria era ir para o hotel. A próxima parada foi em Puebla, onde eu havia reservado um hostel, mas com todo meu mal estar nem o procurei – fui direto para um hotel para dormir e me recuperar de toda a aventura <3!